Editorial #5: João Samartinho

A INTERNACIONALIZAÇÃO NO TRANSCOTEC COMO FATOR MULTIPLICADOR, A PARTIR DA I&D E PARTILHA DE BOAS PRÁTICAS, PARA A TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

Potenciar a valorização dos resultados de I&D e reforçar a transferência de conhecimento científico e tecnológico para o setor empresarial é objetivo do projeto TransCoTec. O projeto está alicerçado no pilar da colaboração institucional e a sua forte relação entre parceiros do Consórcio e os núcleos empresarias das regiões Alentejo e Centro.

Colaboração institucional que não se resume ao Consórcio e núcleos empresarias destas regiões mas também a um  espaço de atuação alargado, espaço de investigação, desenvolvimento, criação, disseminação e transferência de conhecimento, que deve ver promovido com os parceiros internacionais numa filosofia de maior e mais diversificada partilha de ideias e busca de soluções mais abrangentes e globais, que venham fortalecer, credibilizar e garantir a qualidade das soluções encontradas no âmbito de processos de co-criação globais.

Referiu-nos no último editorial (#4), Fernando Rebola, que “Colaborar significa trabalhar juntos (…), significa partilhar estratégias e objetivos, significa complementaridade e harmonia de competências e funções” lembrando-nos que “tendencialmente a investigação e o desenvolvimento se harmonizam num processo de criação conjunta”.

Aceitamos que este processo de criação conjunta não é exclusivo dos parceiros nacionais. A Pandemia recente, que nos privou durante um longo período do contacto face-to-face entre investigadores, professores, alunos, parceiros e organizações, veio validar a ideia e mostrar que a busca de soluções para a co-criação ou criação conjunta não tem fronteiras. Este pensamento, representa “per si” a possibilidade de alargamento do espaço de procura de soluções, motivadas por diferentes formas de pensar, diferentes formas encontrar soluções na diversidade multidisciplinar, multicultural e intercontinental.

A procura de soluções (locais), a criação de conhecimento e a forma como o mesmo pode encontrar espaços de disseminação dentro do mundo empresarial pode e deve ser enquadrada num espaço global. Nesta linha de pensamento é fundamental que atuação em consórcio dos três institutos politécnicos promova a partilha do conhecimento, das boas práticas, entre instituições e regiões (região Centro e Alentejo) mas alargue o seu espaço de intervenção, pesquisa, investigação, de procura e desenvolvimento de soluções com parceiros globais, que funcionem como catalisadores na busca da qualidade do conhecimento e promotores de partilha de experiências e boas práticas entre as instituições, comunidade académica e núcleos empresarias.

Encontramos numa Rede internacional um espaço de intervenção, ao nível da Lusofonia, onde instituições de ensino superior e/ou centros de investigação, garantem um espaço de atuação intercontinental, multicultural, colaborativo, inovador e criativo, de investigação e desenvolvimento em múltiplos domínios científicos da investigação onde atuam milhares de investigadores e dezenas, centenas de milhares de alunos. Falamos da Rede Internacional Académica da Lusofonia (RIAL) onde as vinte instituições de ensino superior ou centros de investigação subscritoras da rede (entre as quais os Politécnicos de Santarém e Tomar), representativas de cinco países e três Continentes (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal) se encontram já a colaborar em equipas de I&D e projetos que envolvem atividades de transferência de conhecimento científico e tecnológico para os mercados de setores como o Agroalimentar, Ambiente e Sustentabilidade e Tecnologias da Informação e Comunicação.

A RIAL conta entre os seus objetivos, “Desenvolver ou apoiar o desenvolvimento de projetos de cooperação internacional nas diferentes áreas do conhecimento, fomentando a organização de redes de investigação orientadas para projetos de valor estratégico” e “Promover fóruns de discussão dos assuntos de interesse educacional e científico, envolvendo entidades empresariais, podendo para o efeito as suas instituições afiliadas criar Centros Empresariais a funcionar em rede, e que a RIAL poderá também apoiar”.

Esta vontade implícita nos objetivos da RIAL torna a Rede um forte candidato a parcerias, no âmbito do seu envolvimento em projetos de I&D e na procura de boas práticas e benchmarking, na busca global de soluções locais, mas caberá ao Consórcio a vontade, a iniciativa de propor formas de cooperação, espaços de atuação, projetos de I&D dentro do TransCoTec.

João Samartinho

Coordenador TransCoTec IPSantarém

Pró-presidente para a Área da Internacionalização e Cooperação

Na foto: Membros RIAL