Next step: Spin-off’s
O Politécnico de Portalegre, com o seu centro de investigação VALORIZA, tem vindo, nos últimos anos, a preconizar uma estratégia centrada na investigação e desenvolvimento de tecnologia, em graus de maturidade mais elevados (Technology Readiness Level – TRL) procurando projetos de elevada aplicação prática para as empresas.
A Área da bioenergia e valorização de resíduos e efluentes está envolvida em projetos onde se estudam processos industriais estando muitos deles em fase piloto e outros em fase de demonstração. Um destaque, por exemplo, para o PigWasteBiorefinary, financiado pelo A2020, onde se desenvolveu uma unidade de tratamento integral dos efluentes das suiniculturas, produzindo gases renováveis e água tratada, que permite minimizar os custos de tratamento e permitir uma real descarbonização do setor; o SynDiesel, também financiado pelo A2020, em parceria com o INIAV, onde se está a desenvolver aplicações dos gases renováveis produzidos por conversão térmica de resíduos agrícolas (gaseificação térmica) em motores de combustão interna de equipamentos agrícolas (por exemplo, tratores); O Waste2H2, projeto do H2020, liderado pelo instituto, que tem como objetivo a conversão de resíduos em hidrogénio por tecnologias de gasificação térmica; ou, ainda, o projeto HyfuelUp, financiado pelo Programa Horizonte Europa que está a demonstrar uma tecnologia inovadora para a produção de gás natural renovável (biometano) a partir de resíduos.
Todos estes projetos, e muitos outros que podem ser analisados no site do VALORIZA (www.valoriza.ipportalegre.pt) , tem já um número muito significativo de recursos humanos especializados, em particular, alunos dos vários ciclos de formação do instituto (licenciaturas, mestrados, doutoramentos), bem como, investigadores e professores.
É grande o nível de conhecimento tecnológico e aplicado que se tem vindo a adquiriu e é também enorme o seu potencial de aplicação à economia regional, focada na exploração agrícola e agroindústria, bem como, à economia portuguesa nas suas mais variadas áreas de atuação industrial. Todavia, sentimos que falta agora dar o passo seguinte e talvez o mais determinante para o futuro da região e do país: criar condições para que se passe para a inovação procurando criar condições empresariais que permitam a aplicação efetiva do que temos vindo a desenvolver. Como fazer isto valorizando todo o trabalho e conhecimento que adquirimos? Julgo que o caminho é a promoção e apoio de criação de spin-off no instituto tendo como promotores os alunos, investigadores, professores e funcionários do instituto.
Uma spin-off é uma empresa nova criada para explorar produtos ou serviços tecnológicos ou inovadores, concebida a partir de um grupo de pesquisa ou centro de investigação de uma outra organização já existente, que a apoia no seu desenvolvimento. Talvez seja preciso que haja uma regulamentação que permita clareza e definição dos limites dos apoios a conceder. Não é uma ideia original já que são várias as instituições de investigação que promovem a criação deste tipo de empresas. O KTH, parceiro do instituto num projeto internacional Twinning, é esta mesmo uma das sugestões que nos faz. Acresce, a existência da BioBIP, a nossa incubadora de base tecnológica, que aumenta a sua capacidade, e que é, também, é uma peça fundamental desta estratégia criando as condições físicas e operacionais destes novos projetos empresariais.
Não tenho dúvida, que o próximo passo (next step) é mesmo estimular e procurar as condições de apoio à criação de muitas e boas Spin-off .
Vamos a isto!
Vamos a isto!
Paulo Brito
Coordenador do Valoriza
Centro de Investigação para a Valorização de Recursos Endógenos
Politécnico de Portalegre