Editorial #11: João Samartinho

A transferência de conhecimento exige equipas de alto desempenho e o cumprimento de uma regra de ouro.

Equipas de projeto que visem promover a transferência de conhecimento da Academia para o setor empresarial têm de estar preparadas e motivadas.

Têm de estar preparadas para atingirem elevados níveis de desempenho e terem a capacidade para em conjunto, com os parceiros organização, conseguirem transferir e implementar novas ideias, novos modelos, novos produtos ou serviços, representativos do resultado da criação de conhecimento científico no seio do mundo académico.

Globalmente compreendemos que ao nível da localização geográfica, envolvendo maior ou menor tecnologia, espaços de inovação, criação de conhecimento, cocriação e disseminação de conhecimento, seguem procedimentos ou processos idênticos. Esta ideia está fundamentada nas realidades encontradas ao nível de procedimentos e procuras de boas práticas e benchmarking, observadas e anotadas no âmbito do projeto TransCoTec, as quais percorreram três continentes (Europa, África e América).

Naturalmente que cabe ao fator humano garantir, independentemente dos modelos mais ou menos complexos, mais ou menos aplicados, mais ou menos aprofundados e desenvolvidos, garantir a implementação da ideia, a sua validação e teste no mundo empresarial.

Mas quando falamos de equipas, de pessoas, que tenham de trabalhar em locais fisicamente distantes, com diferentes culturas, com diferentes competências, com diferentes motivações, ou que no mínimo, tenham de trabalhar em equipa, de forma a constituírem uma equipa capaz de obter os resultados desejados e esperados, precisamos avaliar os fatores críticos de sucesso que terão de ser considerados e conseguidos para o bom desempenho do projeto (da transferência de conhecimento).

Estudos realizados mostram-nos que equipas de projeto, em particular equipas virtuais, encontram forte dependência para o sucesso do acolhimento e boas práticas associadas, na sua capacidade em atingir elevados níveis de desempenho, de maturidade, de confiança, Samartinho et al. (2014). Constatou-se que o sucesso do desempenho das equipas de projeto em ambientes virtuais depende efetivamente de fatores como a “Comunicação eficaz” do líder, a “construção de confiança” a “coordenação operacional da equipa”, assim como as “atitudes do e-Líder para a promoção de eficácia”. Esta constatação leva-nos à certeza da necessidade de uma máxima, proposta nestes estudos, intitula a regra dos e-3Cs, onde nos obrigamos, quando envolvidos em projetos desta natureza, a manter uma COMUNICAÇÃO eficaz, elevados níveis de CONFIANÇA no seio dos grupos de trabalho e a certeza de uma forte COORDENAÇÃO que terá de de garantir o alinhamento das equipas e a integração dos seus elementos no seio dos projetos, para o sucesso na concretização dos objetivos em que estão envolvidos.

Estes três fatores serão, sem dúvida, os principais catalisadores para o sucesso de projetos desta natureza aos quais, os principais recursos sem os quais não poderemos ser bem sucedidos, serão sempre os recursos humanos, os elementos da equipa e seu líder. Podere

A transferência de conhecimento exige equipas de alto desempenho e o cumprimento de uma regra de ouro onde as pessoas serão sempre o principal fator crítico de sucesso.

João Samartinho
Coordenador do Projeto TransCoTec
Pró-Presidente para a Área da Internacionalização e Cooperação
Politécnico de Santarém